quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Intermitências de Morte

 Está montada uma batalha campal na nossa terra.

Ataques cerrados, informações veladas, silêncios cúmplices. Enfim, é à escolha do freguês.

Nesta semana dei de caras com essa informação da imagem. Mas por que raio tem o partido governante de apresentar na assembleia municipal uma moção de ressentimento contra uma situação televisiva entre dois candidatos a uma outra autarquia?

Vamos ao enquadramento. Ao programa de Ricardo Araújo Pereira "Isto é Gozar Com Quem Trabalha" apresentaram-se os dois candidatos por Faro, António Miguel Pina (PS) e Cristóvão Norte (coligação PSD/CDS/IL/PAN/MPT). Num tom meio de brincadeira, meio satírico, mas a puxar à colação assuntos sérios, os dois convidados entraram na conversa com farpas e chistes diretos. Ninguém perdeu, ninguém ganhou. Também não empataram, mesmo chutando várias vezes para canto. Ora acontece que no meio disto tudo houve virgens ofendidas que vieram a terreiro em defesa dos seus principais atletas.

O ponto alto foi esse aí na assembleia municipal de Olhão. Ao que parece, sem a presença do presidente da câmara, e que está a concorrer por outra câmara, foi apresentada a  moção de censura para o que se julga de ofensas do outro candidato. Os outros partidos com assento na AM retiraram-se como forma de protesto e até há quem afirme que foram trocadas palavras duras e acesas.

Não se compreende esta mistura. O ainda atual presidente da câmara de Olhão é candidato a Faro, e é nesse registo que tem feito a sua pré-campanha.Deixou de estar ligado ao seu cargo, mesmo não tendo apresentado a demissão, como seria correto. Fala por Faro, não por Olhão. Esta atitude dos deputados PS da  AM é como comparar o cu com a feira de Castro, literalmente! 

Estará o PS Olhão tão amedrontado que lhe foge o discernimento? Estarão em causa , também, as atitudes do presidente da AM, que estão muito próximas do "Bem prega Frei Tomás, olha para o que ele diz, não faças o que ele faz"?

Como diria o meu avô, já não se conhece pai por filho nem filho por pai. 

Figuras tristes!


 

 

domingo, 14 de setembro de 2025

 No outro dia falei de Moralidade. Ou há moralidade ou comem todos, dizia-se antigamente.

Hoje venho falar de Ética, irmã gémea da Moralidade e tão parecidas que tendem a confundir-se no dia a dia. A diferença entre elas reside na reflexão. Enquanto a Moralidade aponta para um conjunto de regras e valores seguidos por um determinado grupo ou indivíduo, a Ética faz questão da sua reflexão e crítica. Dou-vos um exemplo: um individuo pauta a sua conduta pelo uso integral da verdade dos factos, resultando disso um comportamento moral. Mas um dia tem uma atitude que aos olhos dos outros surge como um "telhado de vidro", isto é, contraria a sua postura de sempre. Aí entra a Ética, que tem uma função fiscalizadora e reflexiva: ela questiona até que ponto houve desvio às regras e aos valores e se o dito individuo continua dentro da moralidade, não querendo para si o que quer para os outros.

Isto é tudo muito profundo e não estou capacitado para mais do que acima referi. Mas vem isto à colação do virote que grassa na nossa cidade numa pré-campanha intensa e nunca vista.

O nascimento de um movimento político, enquadrado na dissidência do partido que põe e dispõe da nossa terra há 50 anos, tem gerado intensas discussões nas redes sociais, chamando à ribalta as nossas já conhecidas irmãs Ética e Moralidade.

Esse movimento anda às voltas com os tribunais para fazer valer o seu ponto de vista na candidatura às eleições pelo que ainda não se sabe se vai ombrear na campanha eleitoral com as outras forças política do Concelho. No entanto, é à volta dele e dos seus mentores que crescem textos, mensagens e comentários, gente a favor, gente contra, gente que não estão nem numa coisa nem em outra mas que atiram achas para a fogueira escondidos em perfis falsos, que pelos vistos todos sabem quem são. 

Ora os róis de irregularidades, ilegalidades e compadrios que têm vindo a lume deixa-me banzado. E aqui nascem as posições nos comentários: - se já sabiam, por que compactuaram? - Então agora é que se lembraram do que ocorreu?  - Remexer nisso não leva a lado nenhum. - Isto só vai dar razão a quem não queremos ver à frente da autarquia. - Uma luta de egos pelo poder. - A Verdade tem que vir ao de cima. - A população olhanense não pode seguir quem a tem enganado. - Está na  hora de caírem as máscaras. 

Não sei porquê, mas vem-me à mente a "Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho" do Mário de Carvalho e por isso estou ansioso por ver como vai ser a campanha, campanha.