domingo, 27 de dezembro de 2009

2009 já lá vai... Viva 2010!

Nestes tempos em que tanto se fala de diferença e de inclusão, de solidariedade do Natal e de igualdade de oportunidades, é já tempo de se começar a fazer coisas a sério, continuadas e estruturadas por quem de direito.
E aqui na nossa cidade, onde não há semáforos sonoros e os passeios pejados de carros inviabilizam as cadeiras de rodas (e as cadeirinhas dos mais pequeninos), então há tudo para e por fazer.
Imaginemos um mundo melhor, com natal todo o ano, com acções a condizer com as palavras bonitas dos discursos e os sorrisos das fotografias.



A todos desejo um BOM ANO 2010

sábado, 28 de novembro de 2009

Casa onde não há pão...

Actividades várias têm-me afastado da minha terra. Regressado e fresco, constato que "a ocidente, nada de novo", como diria o outro. Os que mandam estão cá todos, e se algumas caras são diferentes, a perspectiva parece que é a mesma. Os encalhos do país lançam o povo em marasmos vários, e tudo passa ao lado. Clamar para quê? A impunidade há muito que anda à solta, pavoneando-se nos corredores do poder. Assobiamos, olhamos para o céu, esperamos que chova a sério para encher as barragens, queixamo-nos mas de seguida levantamos os ombros numa impotência que rapidamente se transforma em indiferença.
O país está em crise, as expectativas estão em crise. Há muito para fazer mas parece que não há nada a fazer. Até a desilusão entrou em crise, mais a mais agora que o Natal está aí não tarda.

Mas adiante.

De um blog interessantíssimo - http://osinodaaldeia.blogspot.com/- colo aqui um apontamento para pensar:



Andam eriçados os senhores deputados.
Jaime Gama decidiu apertar o controlo das despesas aos ilustres representantes do povo e vai daí, à boca cheia ou pelos corredores já se diz que o "vírus presidencial" atingiu o presidente Gama.
Com efeito, este pôs fim aos desdobramentos das viagens e o direito a milhas, já negou autorização a deslocações ao estrangeiro e quer obrigar os deputados a justificar em pormenor as faltas nas reuniões das comissões parlamentares, tradicionalmente justificadas com um simples e meramente formal "Trabalho Político", o que na prática significa pretender uma moralização de costumes no seio da Assembleia.
Aqui d'El-Rei! , terão gritado os republicanos ilustres; que "é uma atitude lamentável e que só menoriza o deputado", que é "a funcionalização do papel de deputado", etc...etc...etc...
E ainda há quem não aceite as reivindicações dos demais trabalhadores quando lhes retiram pequenas benesses ou suprimem direitos adquiridos.

Isto é que vai uma crise!!!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Semelhanças e Diferenças...

Millôr Fernandes, um grande das letras em português, lançou um desafio :

Qual a diferença entre Político e Ladrão ?


Um leitor atento, de nome Viltrakis, escreveu-lhe:
- Caro Millôr , após longa pesquisa cheguei a esta conclusão:
a diferença entre o ladrão e o político é que um eu escolho, o outro escolhe-me.
Estou certo?

Millôr logo lhe respondeu:
- Puxa, Viltrakis, você é um gênio...
Foi o único que conseguiu achar uma diferença!
Parabéns!!

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Millôr Fernandes também é poeta:

Poeminha da Negação da Afirmação

Sou um homem bem comum
sem nenhuma aspiração.
Não quero ser general
e muito menos sultão.
Sou moderado de gastos,
de ambição reduzida,
não sonho ser big-shot
estou contente da vida.
Nunca invejei o próximo
nem lhe cobiço a mulher,
pego o meu lugar na fila
e seja o que Deus quiser.
Não sou mau pai, nem mau esposo,
Grosseiro nem invejoso
- só um pouco mentiroso.


domingo, 2 de agosto de 2009

Poesia em Agosto

Sendo Julho e Agosto os meses tradicionais para férias, as aldeias, vilas e cidades fervilham de ofertas culturais e recreativas.
Em Olhão não se ferve em cultura e, embora haja um apontamento aqui e ali, o foco das atenções são as feiras agrícolas e os festivais de marisco. Enfim!
Já que o Auditório parece que também fechou para férias, faço eu aqui um momento de poesia, imaginando estar num lugar calmo sob as estrelas, com um ventinho calorento e uma bebida fresca.




Faço sempre quinze anos nesta noite de Agosto,
e a noite fica olhando para mim:
é uma cabeça de mulher sem princípio nem fim,
e esconde o corpo e avança o rosto.
Na boca, florindo um riso malicioso de intriga,
há o adeus estouvado de uma rapariga
feita para eu amar e que vai casar esta noite.

Fecho os olhos e deixo entornar os sentidos
até endoidecer,
para vingar-me desse riso de mulher
e arpoá-la com os meus braços e rasgar-lhe os vestidos
e apunhalá-la no sexo até ouvir-lhe os gemidos.

Mas junto a mim a noite é apenas o rosto
de uma cabeça de mulher sem princípio nem fim.
E a noite fica olhando sempre para mim...
e eu tenho sempre quinze anos nesta noite de Agosto!

Leonel Neves
Natural do Algarve (1986)
Imagem: quadro de Tamara de Lempicka

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ambiente

Bem prega Frei Tomás: Não digas o que ele diz nem faças o que ele faz!


4ª Feira Nacional de Parques Naturais e Ambiente


E isto não conta?






fotos retiradas da petição "Salvar a Ria Formosa" - Somos Olhão- Maio 2009

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O OLHÃO LIVRE distinguiu este espaço com o Prémio Lemniscata.

MUITO OBRIGADO

Estes são os blogs a quem passo a distinção:

Freedom Force

Cine 31

Vai dar banho ao cão

namb

Ao sabor de maré

No pó da bagagem

Pinóquio

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Festival do Marisco


Li há pouco o programa musical para o Festival do Marisco.
Para a grandiosidade com que é tributado este festival, o programa não traz nada de novo, a não ser a curiosidade de ver ao vivo a miúda do tema aproveitado para enaltecer os nossos feitos olímpicos do ano passado.
Olhão não tem um parque de feiras e exposições (se calhar com tanta construção, nem terá já espaço para isso), pelo que as entidades organizadoras de eventos deste teor desembolsam, várias vezes por ano, carradas de dinheiro para pagar à empresa que monta e desmonta barracas gigantes e palcos. Ora se houvesse um espaço específico, devida e permanentemente equipado, o dinheiro poupado sempre poderia dar para variar o pacote musical do Festival do Marisco. Os artistas, qualquer dia, são prata da casa, tal a regularidade com que cá vêm.


Ah! Já agora, uma perguntinha: está muito atrasado o programa de Julho para o Auditório Municipal?

sábado, 13 de junho de 2009

No rescaldo das eleições

Dando aí uma volta por outros mundos, fui lendo opiniões, análises e críticas aos resultados destas últimas eleições. Cartões vermelhos, dizem uns, avisos, dizem outros. É a alternância, avançam uns quantos.
Mas a minha atenção foi, sobretudo, para os que falaram da abstenção e que se detiveram nas considerações feitas a esse propósito pelo sr. Presidente da República, aquando do discurso do 10 de Junho. E gostei particularmente do que li AQUI e donde retirei este trecho e imagem:

... as pessoas estão a desistir é de vocês, da vossa maneira de governarem este país e de fazerem de nós parvos. Estão a ficar fartos da corrupção, da impunidade, dos abusos, dos enriquecimentos rápidos, do compadrio, da mentira. Esta é a lição que deviam tirar desta abstenção de 63% e dos 6,5% de votos brancos e nulos é a de que os estão a avisar que assim quem vai ser dispensado são vocês. Enquanto tentarem transferir a culpa para os eleitores e descartar a dos eleitos estão mesmo a pedi-las

fonte:http://wehavekaosinthegarden.blogspot.com/

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ele há coisas!...

Dando volta aos muitos papéis que para aqui andam abandonados e amarelecidos, descobri este "pedido" publicado há muitos. Ao que parece este poema foi dirigido ao Ministro da Agricultura do governo de Salazar, como forma de pedir adubos. Por mais estranho que pareça, o senhor que o escreveu não foi preso e Salazar até se fartou de rir (??!!!) quando o leu:


- E X P O S I Ç Ã O -

Porque julgamos digna de registo
a nossa exposição, senhor Ministro,
erguemos até vós, humildemente,
uma toada uníssona e plangente
em que evitámos o menor deslize
e em que damos razão da nossa crise.
Senhor: Em vão, esta província inteira,
desmoita, lavra, atalha a sementeira,
suando até à fralda da camisa.
Falta a matéria orgânica precisa
na terra, que é delgada e sempre fraca!
- A matéria, em questão, chama-se caca.


Precisamos de merda, senhor Soisa!...

E nunca precisámos de outra coisa.


Se os membros desse ilustre ministério
querem tomar o nosso caso a sério,
se é nobre o sentimento que os anima,
mandem cagar-nos toda a gente em cima
dos maninhos torrões de cada herdade.
E mijem-nos, também, por caridade!
O senhor Oliveira Salazar
quando tiver vontade de cagar
venha até nós solícito, calado,
busque um terreno que estiver lavrado,
deite as calças abaixo com sossego,
ajeite o cú bem apontado ao rego,
e… como Presidente do Conselho,
queira espremer-se até ficar vermelho!
A Nação confiou-lhe os seus destinos?
...Então, comprima, aperte os intestinos;
se lhe escapar um traque, não se importe,
… quem sabe se o cheirá-lo nos dá sorte?
Quantos porão as suas esperanças
n'um traque do Ministro das Finanças?
...E quem vier aflito, sem recursos,
Já não distingue os traques dos discursos.
Não precisa falar! Tenha a certeza
que a nossa maior fonte de riqueza,
desde as grandes herdades às courelas,
provém da merda que juntarmos n'elas.


Precisamos de merda, senhor Soisa!...

E nunca precisámos de outra coisa.


Adubos de potassa?... Cal?... Azote?...
Tragam-nos merda pura, do bispote!
E todos os penicos portugueses
durante, pelo menos uns seis meses,
sobre o montado, sobre a terra campa,
continuamente nos despejem trampa!
Terras alentejanas, terras nuas;
desespero de arados e charruas,
quem as compra ou arrenda ou quem as herda
sente a paixão nostálgica da merda…


Precisamos de merda, senhor Soisa!...

E nunca precisámos de outra coisa.


Ah!... Merda grossa e fina! Merda boa
das inúteis retretes de Lisboa!...
Como é triste saber que todos vós
Andais cagando sem pensar em nós!
Se querem fomentar a agricultura
mandem vir muita gente com soltura.
Nós daremos o trigo em larga escala,
pois até nos faz conta a merda rala.
Venham todas as merdas à vontade,
não faremos questão da qualidade.
Formas normais ou formas esquisitas!
E, desde o cagalhão às caganitas,
desde a pequena poia à grande bosta,
de tudo o que vier, a gente gosta.


Precisamos de merda, senhor Soisa!...

E nunca precisámos de outra coisa.


Pela Junta Corporativa dos Sindicatos Reunidos, do Norte, Centro e Sul do Alentejo
Évora, 13 de Fevereiro de 1934
O PresidenteD. Tancredo (O Lavrador)

domingo, 17 de maio de 2009

Glorioso Olhanense


Neste ambiente de festa que se vive em Olhão, recordo aqui o Sporting Clube Olhanense da década de 40, na escrita de Leonel Maria Baptista:


Isso porque
O Sporting Clube Olhanense,
além do seu recente passado glorioso,
possuía nessa época
uma equipa de grande expressão,
cujo futebol arte
-duma beleza sem igual-
fazia enorme sensação
Pelos estádios de Portugal…
E ganhar-lhe no seu reduto
não representava para qualquer “onze”
- nem mesmo considerado grande –
uma tarefa comesinha,
a não ser quando facilitada
por juízes corruptos ou à toa
como o famigerado Palhinha
a quem o Joaquim Paulo
quase fez engolir o apito
numa partida com o “Sporting de Lisboa”.
Era, de facto, um grupo aguerrido e valoroso
Esse Olhanense dos meus tempos de menino
Cuja retaguarda
A todos entusiasmava e fazia vibrar com:
As sensacionais defesas do Abraão;
As cabeças em mergulho
Do João Rodrigues – “O Submarino” –
E as vigorosas entradas do Nunes – “O Ginjão” –.
Se a defensiva desse “onze" glorioso
Era firme e valente,
Não o era menos
O trio dinâmico e voluntarioso
Posicionado à sua frente,
em que, recuado no centro,
actuava o destemido e elástico Loulé,
a quem a moçanhada chamava
de “Boneco do borracha
pois mal caía no chão
logo se punha de pé
prontinho para o vai ou racha…
Os outros dois integrantes do trio
- que pugnavam mais avançados
Na área intermédia de disputa –
Eram:
O excelente e denodado Grazina
- um grande e incansável guerreiro
Que jamais se negava à luta –
E o calmo e pendular João dos Santos
Que sempre se dava ao jogo por inteiro.
Era, todavia, a linha atacante
A que aos adeptos mais empolgava,
Quer pela enorme capacidade operante,
Quer pelo futebol alegre e vistos
Que tão primorosamente praticava

Jogadas de categoria extra,
Só próprias de grandes virtuosos,
Como tantas, de enorme tecnicismo e beleza,
Do Joaquim Paulo e do João Palma.

Tanto assim era
Que o Cabrita e o Salvador,
Dois goleadores eméritos,
Chegaram a envergar a “camisa das quinas”
Não, como tantos outros, por favor,
Mas por reais e reconhecidos méritos
Que também eram apanágio
do Palmeiro e do Moreira,

Quando esse grupo fabuloso ganhava,
O que era absolutamente normal,
Todos se sentiam invadidos
Por uma enorme alegria
Que a moçanhada exteriorizava
Com calorosos joguinhos de bola
Até escurecer o dia.

Como eles
Eu também joguei à bola
Pelos campos e larguinhos de Olhão,
Desde o Largo do Zé do Cerro até ao da Feira

Porque para mim, jogar futebol
Era apenas a minha melhor brincadeira.



Foto:SCO, 90 Anos de história, Raminhos Bispo
Texto: A Vila de Olhão da minha Recordação, Leonel Maria Batista

domingo, 10 de maio de 2009

A falar nos entendemos...

É sabido que numa comunidade de falantes de uma determinada língua, nem todos a falam com a correcção gramática descrita.
Olhão não foge à regra. E se já vai sendo raro ouvir-se o linguajar típico do olhanense antigo, que alguns, sem qualquer base científica, até lhe chamam dialecto, é muito comum depararmo-nos com corruptelas linguísticas, ouvidas aqui e ali.
Um amigo lembrou-se de reunir alguns destes vocábulos muito bem apanhados e eu vou deixá-los aqui:

Alevantar

O acto de levantar mas com convicção, com o ar de 'a mim ninguém me come por parvo!... alevantei-me e fui-me embora!'.

Amandar
O acto de atirar com força: 'O guarda-redes amandou a bola para bem longe'

Aspergic
Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina.

Assentar
O acto de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.

Capom
Porta de motor de carros que quando se fecha faz POM!

Destrocar
Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.

Disvorciada
Mulher que se diz por aí que se vai divorciar.

Entropeçar
Tropeçar duas vezes seguidas..

Êros
Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.

Falastes, dissestes...
Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: eu falei, tu falaste, ele falou, TU FALASTES..

Fracturação
O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial.
Casa que não fractura... não predura.

-des
Verbo 'haver' na 2ª pessoa do singular: 'Eu hei-de cá vir um dia; tu há-des cá vir um dia....'

Inclusiver
Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira.Também existe a variante 'Inclusivel'.

Mô (Moss)
A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'.
Ex.: Atão mô, tudo bem?
ou 'Moss, deslarga-me da mão'

Nha
Assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA.Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.

Númaro
Também com a vertente 'númbaro'. Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!

Parteleira
Local ideal para guardar os livros de Protuguês do tempo da escola.

Perssunal
O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex.:'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.

Pitaxio
Aperitivo da classe do 'mindoím'.

Prontus
Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um'prontus'! Fica sempre bem.

Quaise
Também é uma palavra muito apreciada pelos nossos pseudo-intelectuais....Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.

Stander
Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis.O 'stander' é um dos grandes clássicos do 'português da cromagem'...

Tipo
Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada, e não servindo para nada,pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo.É assim... tipo, tás a ver?

Treuze
Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.

Tiosque
Sitio onde se pode comprar jornais, revistas, pitaxios, etc.

Catatumbas
Sitio pra onde se pode ir depois de morto. Ex: 'Ê cá nã quere ir pra uma catatumba quere ir pró chão'

Cromade
Opção que se exerce em vida pra quando se morre. Ex: 'Ê cande morrer quere ser cromade'

Batoneira
Máquina que serve pra fazer betão, cimento. 'Ex: 'Moss, liga a batoneira'

Bassora
Também com a vertente 'vassoira'. Utensílio de limpeza de lixo.Normalmente tem a ajuda da 'apá' para a recolha do dito cujo.

Arrelampa
Local com inclinação acentuada. Ex: 'Moss, bora lá empurrar o barque aqui pla
arrelampa'

sábado, 2 de maio de 2009

Arte ou talvez não...


Tinha pensado em algumas legendas para esta foto captada na quarta-feira, 29 de Abril, à porta do RiaShopping. Mas a escolha está feita. O Olhanense é um livre pensador, de cultura judaico-cristã mas trazendo enraizada a visão romana da coisa: tudo o que é belo tem de ser prático!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Será disto que precisamos?


Abriu hoje ao público o Ria Shopping.
Centro comercial de grandes dimensões e oferta diversificada, significa, no dizer dos responsáveis, a aposta “no potencial de uma cidade que ainda não tinha qualquer espaço de lazer e de entretenimento desta natureza”.

Tudo seria bom se a realidade fosse outra. Deixem que discorra sobre dois aspectos.
Embora, e ainda no dizer dos responsáveis, "As portas do Ria Shopping estão abertas aos comerciantes locais, disponibilizando condições vantajosas para a instalação no centro comercial", o Presidente da Câmara reconhece que “Os comerciantes de Olhão não aderiram em número significativo”.
Falando em bom português, parece que o espaço que se abriu “é um chinelo que não serve a qualquer pé”, não captando o interesse dos comerciantes olhanenses, já de si poucos, e ultrapassados que foram pela instalação sem precedentes do comércio chinês na cidade.
O comércio tradicional está a morrer, se já não se finou de vez. A nossa Rua “das Lojas” já não representa a diversidade comercial de à uns anos atrás. Deram-se condições e facilidades a um comércio monótono e de qualidade duvidosa em vez de se incentivar e estimular o que é nosso.
O outro aspecto a considerar são os postos de trabalho. Apregoaram-se 1200, directos ou indirectos, agora já se fala em 900 e a tendência é para descer. Mas importa perguntar: que tipo de emprego? Estável, com condições?
Desculpem a franqueza, mas não me parece. Todos sabemos como funcionam os empregos nestes centros: precários, às vezes com contratos a um mês, ordenados muito mínimos, sem lugar para pagamentos de horas extraordinárias e com horários nada compatíveis com a estabilidade familiar.
Claro que os Olhanense adoram tudo o que é novidade, e nos próximos dias, terão lugar as romarias do costume. Resta saber se essas idas se traduzem em compras, em dinheiro gasto, em ressurgimento da economia local.

Para terminar, deixo-vos a “pérola” que é o texto introdutório da apresentação do Centro Comercial na respectiva página da Internet:

A cidade de Olhão, desde há muito conhecida pela sua tradição piscatória, acolhendo um dos principais portos de pesca do Algarve, apresenta-se como sinónimo de uma cultura equilibrada, desenvolvida lentamente com a alegria dos olhanenses e as suas festas populares, as ilhas balneares e o progresso na indústria e no comércio, que tanto cativam os turistas em qualquer estação do ano.

Digam lá se, literariamente falando, isto não é uma Ironia?
fontes: notícias do Região Sul e site Ria Shopping

sábado, 25 de abril de 2009

35 Anos de Abril!



Há 35 anos iniciávamos a nossa caminhada democrática. Caminhos estranhos abriam-se à nossa frente, depois de 48 anos de portas fechadas ao mundo. Passámos a ver, a ouvir, a ler e a não ignorar. Essa foi a grande conquista.

Passados 35 anos, não estamos tão bem quanto deveríamos estar. A herança de Abril exige-nos que não baixemos os braços nem a voz.


Vemos, Ouvimos e Lemos

Não podemos ignorar...


porque


Eles comem tudo, eles comem tudo

Eles comem tudo e não deixam nada!



Este não pode voltar a ser o nosso papel!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Canção de um novo Abril

Há quarenta anos, as cantigas eram armas de arremesso. Parece que voltámos ao mesmo.

Não é que eu goste muito da música que os rapazes cantam, mas desta vez acertaram numa cantiga que também pode ser uma arma, de balas em forma de palavras. Aqui vai.

Sem Eira Nem Beira
Xutos & Pontapés
Composição: Xutos & Pontapés


Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um "passou bem"

Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar, despedir
Ainda se ficam a rir

Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter

uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir encontrar

mais força para lutar
Mais força para lutar
Mais força para lutar
Mais força para lutar

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer

É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar, enganar
O povo que acreditou

Conseguir encontrar

mais força para lutar
Conseguir encontrar

mais força para lutar
Mais força para lutar
Mais força para lutar

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a f***r
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a...

Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Dê-me um pouco de atenção



sábado, 11 de abril de 2009

Festa da Páscoa

Aos Amigos e Visitantes
desejo uma
Páscoa Feliz

Cristo


“Minha mãe, quem é aquele
Pregado naquela cruz?”
- Aquele, filho, é Jesus…
É a santa imagem d’Ele!

E quem é Jesus?” – É Deus!
“E quem é Deus?” – Quem nos cria,
Quem nos dá a luz do dia
E fez a terra e o céu;

E veio ensinar à gente
Que todos somos irmãos
E devemos dar as mãos
Uns aos outros irmamente:

Todo amor, todo bondade!
“E morreu?” – Para mostrar
Que a gente, pela Verdade
Se deve deixar matar.

João de Deus

foto da net

quarta-feira, 8 de abril de 2009

E se um dia tremermos nós?


A Itália tremeu. Aldeias foram varridas do mapa.
Um saldo de mais de duas centenas de mortos e quase um milhar de feridos, acrescido de milhares de desalojados.
Uma cidade - Aquila - ficou sem o seu património histórico, de vários séculos.

E se fôssemos nós? Haveria resposta adequada das entidades competentes nessas situações?


Na área atlântica adjacente, o Algarve está associadoao fim da zona de fractura Açores-Gibraltar.Por outro lado, a sudoeste do território português existe uma fonte de sismos muito importante, no Banco de Gorringe, situado a 200 km a sudoeste do Cabo de S. Vicente.

Esta estrutura submarina está relacionada com a fronteira entre as placas Africana e Euroasiática, onde provavelmente tiveram origem grandes sismos históricos, seguidos de "tsunamis", que se repercutiram catastroficamente no território.

São exemplo os sismos de 309, 1356, e de 1761 e mais recentemente, a 28 de Fevereiro de 1969. Esta é uma região de grande actividade e onde se ocorrem sismos permanentemente.

A actividade tectónica concentra-se, sobretudo, na região do Algarve e zona marítima adjacente, bem como Lisboa e Vale do Tejo.

Em geral não são os terramotos que matam, mas sim os edifícios e outras estruturas construídas. No entanto, a engenharia sísmica já desenvolveu técnicas avançadas de construção sismo-resistente.

Contudo, a implementação destas técnicas torna a construção mais cara e por isso os promotores imobiliários tendem a subestimar a importância da resistência anti-sísmica, e embora haja legislação sobre a matéria, os especialistas reconhecem não existir uma fiscalização eficaz, para avaliar o seu cumprimento.Por outro lado infra-estruturas críticas como escolas e hospitais poderiam ser sujeitas a obras de reforço estrutural (retrofitting) nas regiões mais sensíveis, como é o caso do Algarve, o que também não se verifica.
(Texto de Conceição Branco, retirado de http://www.observatoriodoalgarve.com/ )



Nestes últimos dias voltou-se ao debate sobre o incumprimento das normas de segurança nos edifícios. As conclusões são invariavelmente as mesmas. Não estamos protegidos. É caro estarmos protegidos. Não temos uma rotina obrigatória de simulações, quer nos locais de trabalho, quer nas localidades. Nas escolas vai-se fazendo, mas não chega. Continuamos a não investir na prevenção.

Resta-nos esperar que a casa nunca nos caia em cima.
fotos da net

quinta-feira, 26 de março de 2009

Meio Ambiente ou Mau Ambiente?

Muito se tem falado ultimamente da falta de saúde ambiental de que enferma a nossa Ria Formosa, tendo havido até uma queixa a quem de direito sobre o assunto.
Outras "peripécias" contra o ambiente no nosso Concelho têm também sido alvo de denúncias públicas, como é o caso do aterro sanitário ou da própria Etar.
É um assunto sério, muito sério e profundo que não se pode compadecer de meia dúzia de "foguetes" atirados aos olhos de quem zela pelo ar que respira, pela água que bebe ou pela terra que pisa.
Por isso causou-me estranheza (se calhar, nem tanta) ler o último parágrafo, no artigo assinado pelo Presidente da Câmara no Correio da Manhã, a propósito da inauguração do Auditório:


É um espaço de grande qualidade, construído numa área antes ocupada por uma fábrica de conservas de peixe e que tem como grande símbolo uma chaminé que foi recuperada, representando uma época áurea do desenvolvimento industrial de Olhão, com a particularidade de ter no cimo um ninho de cegonhas, expressão de qualidade ambiental que é hoje uma das marcas de Olhão contemporâneo.


Senhor Presidente: expressão da qualidade ambiental? Onde? Aqui em Olhão? Aqui na nossa cidade, onde os contentores do lixo espalhados pela cidade acumulam lixo ao redor, onde há esgotos quase a céu aberto, onde o cheiro da Etar é de cortar a respiração, onde o espectáculo das descargas poluentes na Ria é confrangedor, onde há quintais e outras instalações de antigas fábricas com materiais ferrugentos?
Eu sei que já lá vai o tempo em que circulava nas ruas estreitinhas o "carro da caca", perante o qual eu ficava perplexo por nunca ter visto nada parecido em sítio algum de Portugal, mas convenhamos que a nossa cidade esteve sempre muitos pontos abaixo do interesse pelo ambiente, fosse pelas fracas práticas dos cidadãos fosse pelos inexistentes incentivos dos governantes locais a essas boas práticas.
Temos problemas ambientais graves que se foram acumulando nestes últimos dez anos. É certo que por algum lado se tem que começar, mas erguer a bandeira da defesa do ambiente entronizando a recuperação de uma chaminé industrial e do seu casal de habitantes parece-me mesquinho e redutor da verdadeira dimensão dos problemas.

domingo, 15 de março de 2009

Auditorium


Parece que é desta que a nossa cidade vai ter em funcionamento o Auditório.
A inauguração é no dia 21, com o espectáculo da Teresa Salgueiro, estando também agendada para o dia 28 a presença de Ana Moura.

Sem querer arvorar-me aqui em Velho do Restelo, espero que o novo espaço cumpra o objectivo para que foi criado: servir a população olhanense nas suas expectativas de proximidade com a cultura seja na forma de teatro, espectáculos musicais, conferências e encontros sociais.


O Auditório foi concebido para divulgar cultura. Aguardemos o seu programa de actividades.
fotos: agenda cultura da CMO
Os bilhetes para o espectáculo inaugural poderão ser adquiridos na Casa da Juventude.

sábado, 7 de março de 2009

Que papel é o nosso?

Não tenho filhos pequenos mas há os netos e os amigos deles. Por isso quando soube da campanha para angariação do papel higiénico em falta nas EB1 de Olhão, pensei logo em aderir.
Então, neste sábado de manhã apanhei dois rolos da despensa e dirigi-me para os Mercados. Mas devo ter confundido a hora aprazada, pois quando lá cheguei por volta das onze horas já não vi recolhas nenhumas. Já não fui a tempo de ver os inúmeros pais, certamente com os filhos pela mão, depositando o material em falta nas escolas e distribuindo pela população que acode ao mercado o respectivo esclarecimento sobre o que os motivou a tão radical campanha. Os repórteres das rádios e televisões já tinham acabado o seu trabalho e arrumavam as suas tralhas. Entre as esplanadas jazia murcha e mal amanhada uma caixa com alguns rolos, provavelmente já despojada do seu abundante conteúdo, e um cartaz com o propósito.
Tive muita pena. Eu, que me indignei quando soube destas e de outras lacunas que grassam nas escolas da cidade (apesar dos milhões que supostamente a elas estão destinadas), não fui a tempo de participar numa iniciativa louvável que pretendia, acima de tudo, chamar a atenção dos que governam localmente e mandatados por eleições livres.
Tive muita pena da sua curta duração e do desconhecimento e indiferença que se lhe seguiu. Sim, porque, normalmente quando acontece qualquer coisa na rua que meta discussões, atropelamentos, assaltos, facas e sangue, as pessoas ainda ficam a comentar muito depois de tudo ter acontecido. Mas neste caso não. Falei com três ou quatro amigos e eles não sabiam bem o que era. Alguns até integravam a tal caixa no grupo partidário que aos sábados nos oferece alertas e avisos para a situação socioeconómica do país.
Fico a pensar que ou não se terá apresentado um número suficiente de pais para chamar a atenção, ou a coisa foi muito curta e diluída na confusão característica dos sábados à porta da praça ou então a intenção não era depositar o papel com alarido mas pôr lá uma caixa com meia dúzia de rolos e chamar só os órgãos de comunicação social que são peritos em focar pequenas coisas e transformá-las em grandes.
Quando soube da campanha fiquei entusiasmado, porque, como olhanense atento às coisas menos boas que têm acontecido na nossa cidade e à sua contestação, pensei que por algum lado se teria que começar e este assunto até tinha a sua importância. Afinal parece que não foi bem assim. Gostava de estar enganado!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Tirar a Máscara

É um lugar comum, velho e gasto, dizermos que o Carnaval já não é o que era e que mascarados andamos o ano todo. É verdade. E como os lugares comuns banalizam a vida e conferem-lhe uma monotonia que não interessa, não irei falar do Carnaval. Nem de lugares comuns.
Atravessamos tempos difíceis, a todos os níveis. Dizem que a culpa é da crise. Mas se bem me lembro, em todas as recentes décadas atravessámos crises. Mas nenhuma como esta. É verdade. E esta é das grandes. Daquelas que a História, no seu tear dos acontecimentos, vai deixando cair uma laçada quase por século. Tivemos a de 29, no século passado, e eu ouvia contar da boca do meu pai casos e mais casos de falências, ruínas, desemprego e fome. Um horror a que não escaparam os ricos, e os pobres viram nele o marasmo das suas vidas e a profundidade da sua pobreza. Muitos saíram daqui para países onde, e apesar de tudo, ainda havia uma luz ao fundo do túnel. Os que cá ficaram, depois do abrandamento da crise, entraram em outro túnel, o da ditadura. Equilibraram-se finanças, remediaram-se dificuldades, mas o pavio da liberdade foi ficando cada vez mais curto. Era esse o preço a pagar pela superação da crise. Foi em Portugal e por outros países da Europa.
Dizem os entendidos nestas coisas que a seguir a grandes e graves crises económicas, somam e seguem os regimes totalitários, ditatoriais, de chefe e partido único, cujo argumento é a unidade em torno de um objecto colectivo e único: salvar a nação. Dizem os entendidos também que a caminhada é quase silenciosa, mansa, encapotada e os povos só se dão conta quando sentem apertar-se o nó em torno da palavra, da ideia, do pensamento.
Ora bem, se a História se repete e se os sinais de tal atitude são quase imperceptíveis, é bom que estejamos atentos, quer à História quer aos sinais. É bom que estejamos atentos à corrupção, à impunidade, à má gestão encapotada, à ausência de explicações, à propaganda de serviço feito sem o estar, às grandes tiradas de iniciativas de salvação da crise e aos seus escassos efeitos. É bom que não olhemos para o lado, fingindo que tudo vai ficar bem quando os Americanos resolverem os seus problemas. É bom que não pensemos “ isto agora tem de ser assim para poder encarreirar melhor”. É bom mantermos a memória viva e o discernimento em actividade. Mais vale prevenir do que remediar, e isto meus amigos, não é um lugar comum.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Rotundas

Como eu gostaria de ter dado ouvidos ao meu pai e ter estudado para engenheiro da construção civil. Hoje estaria cheio “dele” e saúde. Assim fico-me só pela saúde. Hoje compreenderia muito mais coisas. Assim continuo sem compreender como é que alguém constrói ou manda construir rotundas. Quando é para facilitar a circulação num cruzamento que se apinha em horas de ponta, compreendo e para isso não é preciso ter estudos. Mas quando são rotundas de acesso a mamarrachos onde o contribuinte é convidado apelativamente ao consumo, necessário ou não, aí falha-me a Universidade!
Vejamos, lá em baixo, junto à ria, varreram os pescadores e demais gentes desqualificadas (para os que mandam) e estão a construir casas de luxo e um hotel. Vai daí, nasce uma rotunda. Para facilitar o acesso. Para não se ter muito trabalho em andar para baixo ou para cima até à próxima saída. Quem mandou fazer, quem pagou, tem sido motivo de discussão. Quanto a mim, de uma maneira ou de outra, quem vai pagar isso tudo no fim é o contribuinte.
O outro caso, se calhar ainda mais grave do que este, é a rotunda que está a nascer na EN125. Aqui é que me fazem falta todos os canudos que poderia ter tirado. Não compreendo o traçado, não compreendo a largura da faixa de rodagem, não compreendo a perigosa proximidade, e quase perpendicularidade sobre a suposta via, das varandas dos apartamentos laterais vizinhos, não compreendo a necessidade.
Estive lá ontem a vê-la detalhadamente. Olhei também para aquele adamastor de betão, desenquadrado de quaisquer traçados condizentes com a cidade, desenquadrado de qualquer necessidade básica da população, e não lhe reconheci a urgência de se retalhar uma estrada nacional, já de si problemática.
Faltam-me os estudos universitários adequados para compreender se esta(s) obra(s) é (são) sinal de progresso. Isto é ter qualidade de vida?
Lembro-me de, aqui há muitos anos, ter uma vizinha que ficou rica de repente e andava a fazer inveja com os “cachuchos” nos dedos, mas à hora do almoço, incomodava a minha Cila com pedidos de empréstimos de alguidares para amanhar o peixe, porque não os tinha...

domingo, 25 de janeiro de 2009

A Banda do Levante

Hoje à tarde fui dar uma volta e os meus passos levaram-me à Banda do Levante. Coitada! Qual senhora dessas que aparecem nas revistas, esta zona da nossa cidade já fez tantas cirurgias plásticas que se parece com tudo e não se parece com ninguém. Os blocos de apartamentos tomaram conta dela. E se uns ainda passam no crivo do aceitável, outros há que não se compreende como alguém pode aprovar semelhante "arquitectura". Exemplo disto é esse novo que estão a construir em frente ao parque de estacionamento do Levante. Varandas de cimento, onduladas, com um espaço quase que exíguo entre os andares, que, ao espreitar-se lá para dentro, as divisões parecem celas. Feio. Mesmo feio. Pode ser que nos acabamentos finais lhe deêm uma volta qualquer e a coisa não fira tanto a vista nem desgoste irremediavelmente a Banda do Levante! Coitada!

Ah! Outra coisa... Defronte à entrada do novo Auditório pr'ali está um mono semi construído, abandonado, quase degradado. Não sei o que se passou, nem me interessa, mas que é outro mau cartão de visita, lá isso é. Será que não se poderá fazer nada?

Aqui fica a foto que tirei com o telelé (qualidade à parte)


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Pedras no caminho



Olhão está em obras. Casos há, ao que parece, permanentemente em obras. E se nuns casos há a preocupação de repor a forma inicial do arruamento, em outros nem por isso.

Ali na Rua Cerca de Ferro, entre a Diogo Cristina e a Serpa Pinto, construiram um prédio, mas não o acabaram. A coisa já está assim há já alguns meses e lembro-me até de ver uns papéis colados nos vidros, num português quase ilegível, onde eram feitas denúncias de falta de pagamentos, provavelmente dos trabalhadores dessa obra.

E ali está, inacabado, abandonado. O lixo acumula-se junto às paredes. Os postes com os fios eléctricos dá-lhe um ar de arraial de S. João em fim de festa. O arruamento está arruinado.

Quase no final do ano que acabou, dei conta, nessa zona, dos fiscais camarários do sector das obras. Ainda pensei que em pouco tempo a situação estaria resolvida, pelo menos no que toca à calçada e aos passeios. Mas nada.

fotos Mano João

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O que é que a Baiana tem?...

Quando eu era moço, cantava-se muito isto. Era a Carmen Miranda que perguntava, numa voz aguda e enfeitada por um cabaz de fruta no alto da cabeça, o que é que a moça tinha de tão especial. A tal de Baiana era gostosa, apetecível, rebolona. Todos a queriam, quanto mais não fosse para aparecer num retrato e fazer inveja aos amigos!

Veio-me isto à memória a propósito da telenovela "Gonçalo, vens ou ficas?".
Que terá Olhão de tão apetecível?

A comissão política de secção do psd de Olhão propôs o nome de Amaral.
Houve burburinho.
Depois, veio a chefe geral dizer - "não, não, escolher Amaral, é escolher mal (que grande apetência para as rimas!).
Houve burburinho.
Agora os chefes do meio confirmam a proposta da concelhia, contrariando a opinião da chefe geral.
Vai haver, outra vez burburinho.

Na sua primeira intervenção, face à escolha, GA disse que Olhão não era só cimento e betão (que facilidade tem também o moço para as rimas!).

Ora , a nossa cidade costumava ser toda casas branquinhas, com açoteias e uma orla frente à Ria cheia de barquinhos ondulantes e garridos. Apetecível, gostosa.

Será que é isto que move GA? Recuperar a gostosona da "Baiana" e torná-la de novo apetecível e devolvê-la à memória dos olhanenses?
O problema é se ele quiser ficar só no retrato...

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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Bem me parecia...

Afinal, nem tudo o que se conta é dinheiro...


Manuela Ferreira Leite não aceita Gonçalo Amaral, para possível candidato à Câmara de Olhão.
Na Grande Entrevista de Judite de Sousa, transmitida ontem, quinta-feira, a presidente do PSD justificou a não aceitação da candidatura de Gonçalo Amaral.
Ler mais aqui .

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O que é preciso é que falem...

Não sei se tinha que pedir alguma licença especial, mas não resisto a pôr aqui aquela parte da crónica da D. Rosete (sim, aquela senhora que fala na rádio, aquela que a brincar diz coisas muito sérias!) sobre a candidatura de Gonçalo Amaral à Câmara de Olhão:

Bom, vamos cá então ao que interessa: o que é que se passa com o PSD e os candidatos às câmaras municipais? Hum? O que é que se passa, expliquem-me lá?! Quer dizer, já não chegava o Santana Lopes para Lisboa e todos os problemas que foram arranjar à dona Manuela Ferreira Leite com isso, agora vão-me buscar o Gonçalo Amaral para Olhão?! O Gonçalo Amaral, o senhor que era da Judiciária, o da pequena Maddie!? Para Olhão? Olhem, se ele tivesse tido “olhão” tinha descoberto a menina e não tinha arranjado aqueles sarilhos todos com a imprensa inglesa, que o apanhou em certas e determinadas almoçaradas em preparos muitos mais próprios de um dirigente desportivo do que de um polícia! Pronto, está bem, escreveu um livro. Mas isso também o Miguel Sousa Tavares e eu ainda não vi ninguém a convidá-lo para a Câmara da Fuzeta!
.......
Mas o que mais me encanita no PSD e neste problema de escolher candidatos, é esta fixação que eles têm em escolher polícias especialistas em crimes. Primeiro foi o Moita Flores, para Santarém, agora é o Gonçalo Amaral, em Olhão... Já só falta irem para os municípios do Norte. Se bem que para aí, em alguns deles, um só polícia, mesmo que especialista em desaparecimentos, como o Gonçalo Amaral, não chega. Tem de ser uns seis ou sete por cada Câmara, só para perceber para onde é que se evaporou o dinheiro todo.
De qualquer modo, apoquenta-me tudo isto. E apoquenta-me sobretudo o futuro dos olhanenses. Porque isto de ter “ex-polícias especialistas em crimes que escrevem livros” à frente das edilidades já se sabe no que é que dá: muita crónica no jornal, muito comentário na TV, e trabalhinho lá no gabinete da câmara, viste-lo! Chapéu!


(http://tsf.sapo.pt/blogs/donarosete/archive/2009/01/14/gon-231-alo-amaral-em-olh-227-o.aspx)

Este último parágrafo tem muitas entrelinhas para se ler. É só querer!

Outra coisa boa de se ver foi a intervenção daqueles olhanenses sem medo no programa "Nós por cá" da SIC. Falaram direitinho sobre os atentados ao nosso cubismo.
O que não foi tão bonito, foi a recusa de quem de direito em apresentar explicações. À mulher de César não lhe basta ser séria, tem de parecê-lo!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ano Novo Vida Nova

2009 está aí! Vai ser um ano difícil, dizem os entendidos. Vai ser um ano muito difícil, dizemos nós, os reformados, os trabalhadores do ordenado mínimo, os trabalhadores das empresas que fecharam. A nossa economia está de rastos, dizem que é por culpa da crise que vai pelo mundo. Será. Empregos, quem os tiver que os segure.
Há descontentamentos por todo o lado. As guerras continuam.
Parece que os ricos estão menos ricos. Que pena!

No nosso país, este vai ser um ano de muitas eleições. Há duas muito importantes para nós: as legislativas e as autárquicas. Vai haver mudanças?

Aqui pela nossa terra, desde o ano passado que há muito cachão. Era bom haver ondas, este ano.
Agitar faz falta. Falar faz falta.

Esta notícia divulgada hoje no clix.pt, será, provavelmente, uma grande agitação:

"Gonçalo Amaral concorre pelo PSD a presidente de Câmara em Olhão
Gonçalo Amaral decidiu dedicar-se à política e concorrer nas próximas eleições autárquicas à Câmara Municipal de Olhão pelo PSD. Ex-inspector da PJ diz que chegou a hora de fazer valer os seus direitos cívicos. " Ver a notícia aqui .

Outras notícias mais se seguirão. Vamos estar atentos.