quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Casa Onde Não Há Pão

 Mas que grande sururu vai na nossa terra. Alguém se picou e ui!, a casa vem abaixo.

No alto da minha ignorância, não tenho respostas, só perguntas. Já o filósofo (um daqueles, dos bons) dizia: só sei que nada sei, mas apesar de nada saber, sei mais que os que nada sabem. Mas eu só sei que tenho perguntas.

Pois bem, vamos aos factos. Um movimento de cidadãos dissidentes da perspectiva governativa cinquentenária da câmara apresentou candidatura aos órgãos autárquicos. Seguindo o Manual das Autárquicas 2025 e a legislação em vigor (que por mero acaso apresentam algumas discrepâncias) e reunindo a documentação necessária entregou tudo no tribunal de Olhão. Desgostoso com a atitude, o mandatário da candidatura socialista apresentou-se como cidadão comum e reclamou para o juiz, apontando ligeiras irregularidades como graves faltas e sugerindo até que os novos proponentes não deveriam ter lugar nas candidaturas. Posto isto, o tribunal daqui consulta os outros partidos a concurso sobre o direito de resposta. Uns furtam-se à opinião, outros abstêm-se e outros concordam em dar a palavra à novel equipa para se justificar. Não obstante, o juiz dá como improcedente a candidatura e manda-a retirar-se sem direito a justificação. O movimento protesta para ser ouvido e o clamor vai por escrito direitinho ao Tribunal constitucional. Aqui, 12 juízes, recordando outros recursos do mesmo teor e o seu desfecho, não dão razão aos impugnantes e um juiz prova por A+B que o movimento tem razão, que a redação das candidaturas estava em conformidade e com teor implícito.

Acabou, assim, de forma inglória a incursão deste movimento cívico para as autárquicas de 12 de outubro.

Destes clamores, rumores, recursos e decisões, não me abalanço a analisar, pois como disse lá em cima, nada sei.

Mas tenho perguntas:

A candidatura não foi preparada com a intervenção de um advogado?

Tiveram em conta as discrepâncias entre o Manual Autarquias 2025 e a legislação em vigor?

Porque é que o mandatário da candidatura PS justificou a sua atitude na qualidade de cidadão comum e no acordão aparece como mandatário político?

O mesmo mandatário leu as outras candidaturas todas? Estavam todas em conformidade? Ou só foi instruído para ler esta?

Haverá alguma proximidade entre os juízes e o mandatário? 

Haverá integridades beliscadas? 

Será ético falar de democracia e pluralidade política e depois lançar-se numa sanha contra um grupo de cidadãos?

Se este mandatário lê tudo com precisão milimétrica, e sendo ainda presidente da Assembleia Municipal, também leu o aviso exarado em diário da república do Município de Olhão, em que o vereador camarário e candidato a presidente da câmara assina o documento como presidente da Câmara?

Será que o psOlhão está com os calos tão apertados que incentiva a opinião pública e os apaniguados do costume (agora a coberto de falsos perfis nas redes sociais) a desenvolver uma campanha de ridicularização e insulto nas redes sociais contra os mentores do movimento de cidadãos?

Tenho muitas mais perguntas mas estou cansado destes tiques de ditadores de trazer por casa, destes autocratas de pantufas, destes oligarcas da palavra e da promessa. Tem avonde!

 

 

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