sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Perguntar Não Ofende

Não fui só eu que fui assaltado por perguntas, também o mentor do movimento cívico olhanense É AGORA, João Evaristo, apresentou um conjunto de questões sobre a forma obnóxia como foi afastado das eleições autárquicas da nossa cidade.

Aqui reproduzo o seu post das redes sociais, para memória futura:

𝗢𝘀 𝗢𝗹𝗵𝗮𝗻𝗲𝗻𝘀𝗲𝘀 𝗺𝗲𝗿𝗲𝗰𝗲𝗺 𝘀𝗲𝗿 𝗲𝘀𝗰𝗹𝗮𝗿𝗲𝗰𝗶𝗱𝗼𝘀,
𝗽𝗼𝗿 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗱𝗲 𝗱𝗶𝗿𝗲𝗶𝘁𝗼, 𝘀𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝘀𝗲 𝗽𝗮𝘀𝘀𝗼𝘂.
Pelo que, o É AGORA! - Movimento Independente,
colocou 3 questões para as quais aguarda esclarecimento. Sobre a primeira questão, relativa à intenção de verificação do nosso processo para eventual impugnação, solicita-se que se esclareça o seguinte:
- Consideram que o tribunal não teria competência suficiente para verificar a regularidade das candidaturas?
- O que fez considerarem necessário "ajudar" o tribunal na tarefa de verificação?
- Se não o tivessem feito, o tribunal não detectaria essa "irregularidades"? Acham que não seria competente para as detectar? Para que se dariam então a esse trabalho?
- Vocês costumam verificar todas as candidaturas entregues em todos os atos eleitorais?
- Fizeram-no em eleições anteriores?
- Debruçaram-se sobre todas as candidaturas desta eleição ou só sobre a independente?
- Considerando que todas as candidaturas foram chamadas à correção pelo tribunal, inclusive a do PS, não seria o tribunal competente para detectar e chamar à correção, se necessário fosse, a candidatura independente?
- Preocuparam-se em detectar essas incorreções das restantes candidaturas?
'- Consideram que as candidaturas chamadas à correção, inclusive a do PS também foram, pelo menos, um bocadinho incompetentes? Também não souberam interpretar a lei?
- Perante a nossa reclamação e argumentos, apresentados para contrapor a impugnação, em que os outros partidos deixaram à responsabilidade do tribunal essa decisão, haveria necessidade de contraporem a nossa argumentação, sem que nada pudéssemos, entretanto, alegar, antes da tomada de decisão do tribunal?
- Perante o recurso, com provas e argumentos de resposta à argumentação e contra-argumentação de impugnação, seria justo e equilibrado, produzir nova contra-argumentação, para rebater os nossos argumentos, sem que tivéssemos oportunidade de contrapor esses novos argumentos antes de serem avaliados pelo tribunal?
Ou seja, se (A) fala e (B) responde, para que o tribunal decida, seria necessário e equilibrado que (A) voltasse a falar, sem que (B) pudesse responder, antes do tribunal decidir?
- Não teria o impugnante conhecimento e experiência mais que suficientes, para prever que procedimento atrás de procedimento, com prazos de tramitação atrás de de tramitação, com pontos e contrapontos, levaria o processo a se arrastar no tempo, e que mesmo que o movimento fosse aprovado, não o seria em tempo aceitável para entrar na corrida eleitoral?
- Em conclusão: O que levou a tamanho empenho? Não seriam os tribunais e juízes capazes de avaliar a impugnação e a nossa justificação sem a vossa diligente ajuda?
É AGORA! - Movimento Independente
 
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quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Casa Onde Não Há Pão

 Mas que grande sururu vai na nossa terra. Alguém se picou e ui!, a casa vem abaixo.

No alto da minha ignorância, não tenho respostas, só perguntas. Já o filósofo (um daqueles, dos bons) dizia: só sei que nada sei, mas apesar de nada saber, sei mais que os que nada sabem. Mas eu só sei que tenho perguntas.

Pois bem, vamos aos factos. Um movimento de cidadãos dissidentes da perspectiva governativa cinquentenária da câmara apresentou candidatura aos órgãos autárquicos. Seguindo o Manual das Autárquicas 2025 e a legislação em vigor (que por mero acaso apresentam algumas discrepâncias) e reunindo a documentação necessária entregou tudo no tribunal de Olhão. Desgostoso com a atitude, o mandatário da candidatura socialista apresentou-se como cidadão comum e reclamou para o juiz, apontando ligeiras irregularidades como graves faltas e sugerindo até que os novos proponentes não deveriam ter lugar nas candidaturas. Posto isto, o tribunal daqui consulta os outros partidos a concurso sobre o direito de resposta. Uns furtam-se à opinião, outros abstêm-se e outros concordam em dar a palavra à novel equipa para se justificar. Não obstante, o juiz dá como improcedente a candidatura e manda-a retirar-se sem direito a justificação. O movimento protesta para ser ouvido e o clamor vai por escrito direitinho ao Tribunal constitucional. Aqui, 12 juízes, recordando outros recursos do mesmo teor e o seu desfecho, não dão razão aos impugnantes e um juiz prova por A+B que o movimento tem razão, que a redação das candidaturas estava em conformidade e com teor implícito.

Acabou, assim, de forma inglória a incursão deste movimento cívico para as autárquicas de 12 de outubro.

Destes clamores, rumores, recursos e decisões, não me abalanço a analisar, pois como disse lá em cima, nada sei.

Mas tenho perguntas:

A candidatura não foi preparada com a intervenção de um advogado?

Tiveram em conta as discrepâncias entre o Manual Autarquias 2025 e a legislação em vigor?

Porque é que o mandatário da candidatura PS justificou a sua atitude na qualidade de cidadão comum e no acordão aparece como mandatário político?

O mesmo mandatário leu as outras candidaturas todas? Estavam todas em conformidade? Ou só foi instruído para ler esta?

Haverá alguma proximidade entre os juízes e o mandatário? 

Haverá integridades beliscadas? 

Será ético falar de democracia e pluralidade política e depois lançar-se numa sanha contra um grupo de cidadãos?

Se este mandatário lê tudo com precisão milimétrica, e sendo ainda presidente da Assembleia Municipal, também leu o aviso exarado em diário da república do Município de Olhão, em que o vereador camarário e candidato a presidente da câmara assina o documento como presidente da Câmara?

Será que o psOlhão está com os calos tão apertados que incentiva a opinião pública e os apaniguados do costume (agora a coberto de falsos perfis nas redes sociais) a desenvolver uma campanha de ridicularização e insulto nas redes sociais contra os mentores do movimento de cidadãos?

Tenho muitas mais perguntas mas estou cansado destes tiques de ditadores de trazer por casa, destes autocratas de pantufas, destes oligarcas da palavra e da promessa. Tem avonde!

 

 

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Intermitências de Morte

 Está montada uma batalha campal na nossa terra.

Ataques cerrados, informações veladas, silêncios cúmplices. Enfim, é à escolha do freguês.

Nesta semana dei de caras com essa informação da imagem. Mas por que raio tem o partido governante de apresentar na assembleia municipal uma moção de ressentimento contra uma situação televisiva entre dois candidatos a uma outra autarquia?

Vamos ao enquadramento. Ao programa de Ricardo Araújo Pereira "Isto é Gozar Com Quem Trabalha" apresentaram-se os dois candidatos por Faro, António Miguel Pina (PS) e Cristóvão Norte (coligação PSD/CDS/IL/PAN/MPT). Num tom meio de brincadeira, meio satírico, mas a puxar à colação assuntos sérios, os dois convidados entraram na conversa com farpas e chistes diretos. Ninguém perdeu, ninguém ganhou. Também não empataram, mesmo chutando várias vezes para canto. Ora acontece que no meio disto tudo houve virgens ofendidas que vieram a terreiro em defesa dos seus principais atletas.

O ponto alto foi esse aí na assembleia municipal de Olhão. Ao que parece, sem a presença do presidente da câmara, e que está a concorrer por outra câmara, foi apresentada a  moção de censura para o que se julga de ofensas do outro candidato. Os outros partidos com assento na AM retiraram-se como forma de protesto e até há quem afirme que foram trocadas palavras duras e acesas.

Não se compreende esta mistura. O ainda atual presidente da câmara de Olhão é candidato a Faro, e é nesse registo que tem feito a sua pré-campanha.Deixou de estar ligado ao seu cargo, mesmo não tendo apresentado a demissão, como seria correto. Fala por Faro, não por Olhão. Esta atitude dos deputados PS da  AM é como comparar o cu com a feira de Castro, literalmente! 

Estará o PS Olhão tão amedrontado que lhe foge o discernimento? Estarão em causa , também, as atitudes do presidente da AM, que estão muito próximas do "Bem prega Frei Tomás, olha para o que ele diz, não faças o que ele faz"?

Como diria o meu avô, já não se conhece pai por filho nem filho por pai. 

Figuras tristes!


 

 

domingo, 14 de setembro de 2025

 No outro dia falei de Moralidade. Ou há moralidade ou comem todos, dizia-se antigamente.

Hoje venho falar de Ética, irmã gémea da Moralidade e tão parecidas que tendem a confundir-se no dia a dia. A diferença entre elas reside na reflexão. Enquanto a Moralidade aponta para um conjunto de regras e valores seguidos por um determinado grupo ou indivíduo, a Ética faz questão da sua reflexão e crítica. Dou-vos um exemplo: um individuo pauta a sua conduta pelo uso integral da verdade dos factos, resultando disso um comportamento moral. Mas um dia tem uma atitude que aos olhos dos outros surge como um "telhado de vidro", isto é, contraria a sua postura de sempre. Aí entra a Ética, que tem uma função fiscalizadora e reflexiva: ela questiona até que ponto houve desvio às regras e aos valores e se o dito individuo continua dentro da moralidade, não querendo para si o que quer para os outros.

Isto é tudo muito profundo e não estou capacitado para mais do que acima referi. Mas vem isto à colação do virote que grassa na nossa cidade numa pré-campanha intensa e nunca vista.

O nascimento de um movimento político, enquadrado na dissidência do partido que põe e dispõe da nossa terra há 50 anos, tem gerado intensas discussões nas redes sociais, chamando à ribalta as nossas já conhecidas irmãs Ética e Moralidade.

Esse movimento anda às voltas com os tribunais para fazer valer o seu ponto de vista na candidatura às eleições pelo que ainda não se sabe se vai ombrear na campanha eleitoral com as outras forças política do Concelho. No entanto, é à volta dele e dos seus mentores que crescem textos, mensagens e comentários, gente a favor, gente contra, gente que não estão nem numa coisa nem em outra mas que atiram achas para a fogueira escondidos em perfis falsos, que pelos vistos todos sabem quem são. 

Ora os róis de irregularidades, ilegalidades e compadrios que têm vindo a lume deixa-me banzado. E aqui nascem as posições nos comentários: - se já sabiam, por que compactuaram? - Então agora é que se lembraram do que ocorreu?  - Remexer nisso não leva a lado nenhum. - Isto só vai dar razão a quem não queremos ver à frente da autarquia. - Uma luta de egos pelo poder. - A Verdade tem que vir ao de cima. - A população olhanense não pode seguir quem a tem enganado. - Está na  hora de caírem as máscaras. 

Não sei porquê, mas vem-me à mente a "Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho" do Mário de Carvalho e por isso estou ansioso por ver como vai ser a campanha, campanha.