quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Letra e Música

 Guitarra - A VIOLA E A GUITARRA (...) | Primeiro e segundo períodos | ( p.  96, 97 ) «Pelos manuscritos e impressos musicais que chegaram até nós,  sabemos que o LUNDUM

 No seguimento do post anterior, quero deixar aqui registado, para memória futura, algumas das preciosidades lidas nestas últimas semanas, que não desmerecem das melhores desgarradas já produzidas. Podem cantá-las no Fado Menor, mas também serve no Corrido. Os autores não sei quem são porque ocultados atrás de perfis falsos. Também não interessa. O que não falta são pseudónimos.

Mote 

"Sim, as pessoas podem mudar de ideias, ou os próprios partidos mudarem e as pessoas deixarem de se rever neles. O que este post se refere não é a isso. É a um escroque oportunista que se fez militante de um partido à procura de protagonismo e poder. Este post é sobre um interesseiro a quem o partido de que se fez militante lhe deu tudo, contra a minha opinião, e que quando quis ser candidato à Câmara se submeteu a eleições internas onde foi esmagado eleitoralmente por ser demasiado mau para o que queria. Este post refere-se a um canalha que não tendo tido o que queria se prepara para lançar uma candidatura independente, tendo ficado até ao fim a usar um cargo político a que teve acesso por estar num partido do qual só sairá no último minuto."

Rabecada 

"I
Chamas-lhe vira-casacas, ó douto sabichão,
Mas mudar de partido não foi o que ele fez;
Foi erguer-se sozinho, contra o próprio freguês,
Com coluna erguida, firme no coração.
Tu, que dizes contestar com voz e mão,
Guardas sempre o prato e o vinho sobre a mesa;
Nunca mordes a mão, receando a aspereza,
Daqueles que te alimentam a profissão.
Tens no peito a marca do rito humilhante,
Vendido por migalhas ao templo brilhante,
Onde um aperto vale mais que um ideal.
E vens julgar quem não dobrou o espinhaço,
Quando tu, por um tacho, até vendes o abraço,
Chamando-lhe traidor por ser leal.
II
Tu, que te dizes livre, és servo à cartilha,
Com um alibi gasto de fingir discordar;
Nunca tens a coragem de te levantar
Contra quem te segura na mesma quadrilha.
E vens falar de coluna… Que armadilha!
O homem que enfrentou o clã sem recuar,
Que não se vendeu, que soube recusar,
É para ti canalha, sem fibra nem bilha.
Enquanto tu, sentado no tacho europeu,
Nunca foste a votos, mas o bolso encheu,
E apontas o dedo a quem se fez valer.
Mas cala-te quando é do construtor que falamos,
E da sociedade com quem gere os planos,
No urbanismo que devia defender.
III
O burro, dizes, está agarrado ao lugar,
Como se isso fosse crime ou vil proveito;
Esqueces que o presidente faz o mesmo feito,
Enquanto, noutro concelho, vai-se exibir e jantar.
Para ti, isso é normal, não há que apontar,
Porque protege o construtor, teu protegido eleito;
Mas se é o burro, é logo um pecado perfeito,
E a tua coerência decide hibernar.
Um independente não concorre “contra” ninguém,
Mas por um programa que o povo quer e tem;
Tal conceito, no teu verbo, é ficção barata.
Mas que esperar de quem a lógica esquece,
E só a sanha e a mágoa lhe aquece,
Quando não recebeu o tacho que sonhava na data?"

 IV

Chamas-lhe oportunista, mas nunca consegues dizer
Que cargo tomou, que benesse guardou;
E o que mais incomoda é que ele nunca precisou
De vender a alma para no jogo vencer.
Tu, que sempre à sombra soubeste viver,
Vasculhas no passado, mas nada encontraste;
No presente, o que fez, não ousas contestar,
Porque a obra que deixou é difícil de esquecer.
Enquanto isso, o construtor, que tu defendes,
Quatro anos passou e nada de novo aprendes;
Nem um plano urbano digno de se mostrar.
Só descarrilou prazos, custos e paredes,
E tu, fiel guardião das mesmas redes,
Assobias para o lado para o não incomodar.
V
O teu texto, sabichão, é um espelho rachado:
Reflete virtude que nunca soubeste ter;
Criticas a ambição quando é alheia a crescer,
Mas nunca a tua fome de cargo dourado.
Chamaste-lhe traidor, canalha, mal-educado,
Mas nunca provaste o mal que ele fez;
Apenas não dobrou ao peso do xadrez
Maçónico que em Olhão governa o mercado.
E, ironia, acusas de se agarrar ao lugar,
Quando tu, sem voto, o teu soubeste segurar
Num parlamento distante que te paga a vida.
Ressabiado, queres que todos te sigam a lei,
Mas esqueces que quem pensa por si é rei,
Mesmo que a tua mágoa nunca o permita.
VI
Dizes que o burro é fraco, mas não tens argumento,
Só adjetivos gastos de raiva e despeito;
Não falas das festas que, no seu feito,
Foram o que salvou o mandato em andamento.
Enquanto outros pelouros caíram no tormento,
O dele foi eficaz, no povo foi eleito;
E por isso a manita, de medo perfeito,
Tratou de o afastar do seu parlamento.
Tens a coragem de falar em coerência,
Quando em ti só se nota a obediência
Ao mestre construtor e ao seu balcão.
Mas cala-te sobre contratos e sociedades,
Que no urbanismo geram vontades,
E valem mais que qualquer eleição.
VII
O teu ódio é pessoal, nem tentas esconder;
Vem do dia em que viste o teu nome preterido;
Desde então, és pregador ressentido,
Contra quem ousa sozinho sobreviver.
Não percebes que há quem não queira depender
De cordas maçónicas nem de mestre querido;
Que o seu projeto não nasceu vendido,
E não precisa do teu aval para vencer.
Dizes que és livre, mas nunca te rebelaste;
Que criticas, mas nunca abandonaste
A ceia onde sempre tens o teu lugar.
E eu pergunto: que liberdade é essa,
Se a tua voz, quando aperta a pressa,
Corre sempre para quem te pode pagar?
VIII
Há ironia em te ouvir falar de integridade,
Quando passaste por ritos que negam razão;
Vendeste o pensar pela mão na mão,
E agora falas de honra e de lealdade.
O burro não dobrou, essa é a verdade,
E foi isso que te acende a indignação;
Porque sabes que não compra nem vende o coração,
E não precisa da tua fraternidade.
Enquanto isso, o construtor, que tanto amparas,
Joga às obras falhadas e promessas raras,
E tu finges que nada há para apontar.
Mas quando é para bater no que é independente,
A tua pena torna-se eloquente,
E a tua raiva, impossível de disfarçar.
IX
De que tens medo, sabichão do kilt?
Que o povo veja que a história não cola?
Que entenda que o burro não se enrola
No pano maçónico nem no jogo vil?
Tens raiva de quem não se fez servil,
De quem não se curva à mesma escola;
De quem, sem tacho, a sua rota controla,
E ainda assim carrega o fardo civil.
Tu, que nunca ganhaste sem benesse,
Que só criticas quando convém que acontecesse,
E nunca olhas para o lado que te dá de comer.
Segue no teu púlpito de moral fingida,
Que o povo já sabe, e de longa vida,
Que quem cala o construtor não merece valer
 
 
 Mote

"sabes por quê ca nã te bloquiei ainda? Por cá ca'sim as pessoas conseguem ver o tipe da pessoas ca seguem outras pessoas, ou quem sabe as pessoas sejam elas mesmas. Mas no funde tu sabes, quê meme nã sabendes quem eu sou, que eu sei muite que tu nã sabes nada."
 
 
Rabecada 

"I
Já não te ris, Caíque mascarado,
Que em bonecos pintados escondes mão;
Desvendei-te o fado, a real missão,
E o casco range, pobre e escorado.
Dizias-te isento, puro, honrado,
Mas ladras ao sopro do teu patrão;
Inventas rancor, sem prova ou razão,
E serves-te apenas do verbo afi nado.
Sabemos quem és, que porto te guia,
Qual é a agenda que o casco sustenta,
E o ouro salgado que o casco vigia.
No mar da mentira, a verdade rebenta,
E o barco que ri já perdeu a alegria:
Vai à deriva com vela sedenta.
II
Ficou-te a verve presa e encurtada,
Tremem as linhas, tropeça a expressão;
A tua ironia perdeu-se em tensão,
E a raiva que sobra é já disfarçada.
Dizes saber muito, ó boca dourada,
Mas nunca um só facto traz à lição;
És vento que sopra sem rota ou timão,
É casco sem quilha, promessa afogada.
Se o “burro” te assusta, diz que delito
Cometeu no cais desta tua vingança,
Ou teme o teu casco o mar infinito.
Não há no teu tom mais que petulança,
E o sábio que rosna, no seu próprio grito,
Afunda o seu riso na mesma balança.
III
Agora ameaças, com dedo a tremer,
Cortar o convés e fechar a escotilha;
Como se o silêncio pudesse valer
Contra a tempestade que a proa partilha.
Não é por respeito que queres ceder,
Mas medo que a capa se rompa e se empilha;
Fugir é teu lema, negar é teu ser,
No cais da mentira a âncora brilha.
Bloqueia, Caíque, e afunda depressa,
Pois o mar não espera quem foge da rota;
O casco que range já nada começa.
E lembra-te, amigo, que a onda remota
Não cala o destino, só mostra a promessa:
Quem foge da luta já perde a frota."


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