domingo, 1 de fevereiro de 2009

Rotundas

Como eu gostaria de ter dado ouvidos ao meu pai e ter estudado para engenheiro da construção civil. Hoje estaria cheio “dele” e saúde. Assim fico-me só pela saúde. Hoje compreenderia muito mais coisas. Assim continuo sem compreender como é que alguém constrói ou manda construir rotundas. Quando é para facilitar a circulação num cruzamento que se apinha em horas de ponta, compreendo e para isso não é preciso ter estudos. Mas quando são rotundas de acesso a mamarrachos onde o contribuinte é convidado apelativamente ao consumo, necessário ou não, aí falha-me a Universidade!
Vejamos, lá em baixo, junto à ria, varreram os pescadores e demais gentes desqualificadas (para os que mandam) e estão a construir casas de luxo e um hotel. Vai daí, nasce uma rotunda. Para facilitar o acesso. Para não se ter muito trabalho em andar para baixo ou para cima até à próxima saída. Quem mandou fazer, quem pagou, tem sido motivo de discussão. Quanto a mim, de uma maneira ou de outra, quem vai pagar isso tudo no fim é o contribuinte.
O outro caso, se calhar ainda mais grave do que este, é a rotunda que está a nascer na EN125. Aqui é que me fazem falta todos os canudos que poderia ter tirado. Não compreendo o traçado, não compreendo a largura da faixa de rodagem, não compreendo a perigosa proximidade, e quase perpendicularidade sobre a suposta via, das varandas dos apartamentos laterais vizinhos, não compreendo a necessidade.
Estive lá ontem a vê-la detalhadamente. Olhei também para aquele adamastor de betão, desenquadrado de quaisquer traçados condizentes com a cidade, desenquadrado de qualquer necessidade básica da população, e não lhe reconheci a urgência de se retalhar uma estrada nacional, já de si problemática.
Faltam-me os estudos universitários adequados para compreender se esta(s) obra(s) é (são) sinal de progresso. Isto é ter qualidade de vida?
Lembro-me de, aqui há muitos anos, ter uma vizinha que ficou rica de repente e andava a fazer inveja com os “cachuchos” nos dedos, mas à hora do almoço, incomodava a minha Cila com pedidos de empréstimos de alguidares para amanhar o peixe, porque não os tinha...

Sem comentários: