segunda-feira, 23 de julho de 2012

Política queimada

Tal como esta nossa conterrâneatambém eu já tinha achado estranha essa ausência. Quando um concelho perde um terço da sua área para um fogo devastador de terras e bens, os poderes instituídos devem mostrar solidariedade e oferecer flexibilização nas restrições que estão a ser impostas pelo trio "não admira que elas aconteçam". Má onde tá essa gente ?

Imagem Queimada

Num jogo de palavras que tenta esconder a tristeza, classifico a semana que passou de infernal. O pesadelo por que passou parte da serra algarvia tocou-nos a todos: a uns pelo sofrimento direto da perda do ganha pão, a outros pelo pânico da perda eminente, e a outros ainda pelo pavor das imagens plasmadas nos ecrãs dos pc's ou tv's. 
A todos tocou, também, o esforço quase sobrehumano dos bombeiros, esses heróis dos momentos aflição, mas quase esquecidos o resto do tempo.
Mas, pelos vistos, não tocou a todos. Tirando a mensagem mais ou menos implícita ao cargo do sr. presidente da república e a outra de idêntico teor inócuo do sr. primeiro ministro, mais ninguém com responsabilidades governativas deu a cara, aqui no nosso Algarve. Tirando as imagens do ministro que foi a correr à Madeira ( também ela em grandes e graves apuros) nada mais vimos nem ouvimos. Ficaria certamente bem termos visto junto às chefias coordenativas da Proteção Civil e Bombeiros as caras dos ministros que têm gerido mal as nossas vidas. Ficava-lhes bem. As nossas desilusões acalmavam-se por momentos e vestiam-se de novas ilusões de que talvez eles sempre estivessem mais próximos do que pareciam. Ausentes, pelo menos nas palavras de conforto, na tragédia, esses ministros mostraram efetivamente para quem governam e como governam. A sua imagem ficou mais queimada do que a bela paisagem da serra algarvia. E tal como ela, levará muito tempo a recompor, se é que terá já algum conserto.


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