quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

O Raio do Vírus

2020 xaringou-nos bem. Início de nova década em ano de capicua, o novo ano prometia ser o melhor dos mundos e fundos e vai-se a ver foi um buraco quase sem fundo.

Da China vieram rumores de uma doença nova, contagiosa e mortífera, mas era lá tão longe, lá tão no outro lado do mundo que  não nos dizia respeito.

O primeiro país a sofrer o horror da presença do Covid19 foi a Itália que desvalorizou o elevado número de turista chineses nas suas terras históricas do Norte e quando caíu em si,  tinha um número cada vez maior de infectados e de mortos. Alarme geral na Europa... Imagens de filas de ambulâncias à porta dos hospitais e urnas amontoadas à porta dos armazéns frigoríficos causavam arrepios e olhávamos para o lado.  Feira Internacional em Milão, participantes portugueses. Começavam a aparecer os primeiros casos em Portugal.

O vírus espalha-se facilmente na Europa. Espanha, França, Reino Unido, Alemanha apresentam diariamente informações incomodativas primeiro, assustadoras, depois.

Por alturas de Março, o poder político português aconselha o dever de recolhimento. Os números começaram a crescer e a palavra de ordem era "achatar a curva" para não sobrecarregar o Serviço Nacional de Saúde. Declarado o primeiro estado de emergência, avançou-se para o primeiro confinamento: escolas encerradas, alunos em casa com aulas online; comércio fechado; serviços encerrados; atividades desportivas e performativas canceladas. Batia-se palmas às janelas em homenagem aos bravos da linha da frente - pessoal da Saúde. Por todo o lado viam-se desenhos de arco -íris com a legenda "Vai ficar tudo bem!".

A situação acalma-se, mas chegam notícias de uma segunda vaga com os números a surgirem em força na Europa, na América e ,na Austrália. Ásia e África, também. 

O mundo adoeceu, as economias enviuvaram , as populações sentiram-se órfãs de soluções.

O velho 2020 chegou ao fim sem direito a retrospectivas que não fossem as dos números de infectados e de mortes

O raio do Vírus SARSCOVID2 ganhou vida própria e agarrou-se a este planeta com unhas e dentes. 

 

   

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