sábado, 7 de março de 2009

Que papel é o nosso?

Não tenho filhos pequenos mas há os netos e os amigos deles. Por isso quando soube da campanha para angariação do papel higiénico em falta nas EB1 de Olhão, pensei logo em aderir.
Então, neste sábado de manhã apanhei dois rolos da despensa e dirigi-me para os Mercados. Mas devo ter confundido a hora aprazada, pois quando lá cheguei por volta das onze horas já não vi recolhas nenhumas. Já não fui a tempo de ver os inúmeros pais, certamente com os filhos pela mão, depositando o material em falta nas escolas e distribuindo pela população que acode ao mercado o respectivo esclarecimento sobre o que os motivou a tão radical campanha. Os repórteres das rádios e televisões já tinham acabado o seu trabalho e arrumavam as suas tralhas. Entre as esplanadas jazia murcha e mal amanhada uma caixa com alguns rolos, provavelmente já despojada do seu abundante conteúdo, e um cartaz com o propósito.
Tive muita pena. Eu, que me indignei quando soube destas e de outras lacunas que grassam nas escolas da cidade (apesar dos milhões que supostamente a elas estão destinadas), não fui a tempo de participar numa iniciativa louvável que pretendia, acima de tudo, chamar a atenção dos que governam localmente e mandatados por eleições livres.
Tive muita pena da sua curta duração e do desconhecimento e indiferença que se lhe seguiu. Sim, porque, normalmente quando acontece qualquer coisa na rua que meta discussões, atropelamentos, assaltos, facas e sangue, as pessoas ainda ficam a comentar muito depois de tudo ter acontecido. Mas neste caso não. Falei com três ou quatro amigos e eles não sabiam bem o que era. Alguns até integravam a tal caixa no grupo partidário que aos sábados nos oferece alertas e avisos para a situação socioeconómica do país.
Fico a pensar que ou não se terá apresentado um número suficiente de pais para chamar a atenção, ou a coisa foi muito curta e diluída na confusão característica dos sábados à porta da praça ou então a intenção não era depositar o papel com alarido mas pôr lá uma caixa com meia dúzia de rolos e chamar só os órgãos de comunicação social que são peritos em focar pequenas coisas e transformá-las em grandes.
Quando soube da campanha fiquei entusiasmado, porque, como olhanense atento às coisas menos boas que têm acontecido na nossa cidade e à sua contestação, pensei que por algum lado se teria que começar e este assunto até tinha a sua importância. Afinal parece que não foi bem assim. Gostava de estar enganado!

2 comentários:

João Pereira disse...

vim retribuir a visita e desejar-lhe sucesso para o seu blog.Nunca são demais aqueles que se preocupam com aquilo que os rodeia.

Mano João disse...

Pinóquio

Obrigado. A preocupação, na verdade, é muita, tanto a nível local como a nível nacional. Em qualquer dos níveis o desgoverno é total, com prejuízo para quem trabalha e paga os impostos.

Um abraço
Mano João