quarta-feira, 8 de abril de 2009

E se um dia tremermos nós?


A Itália tremeu. Aldeias foram varridas do mapa.
Um saldo de mais de duas centenas de mortos e quase um milhar de feridos, acrescido de milhares de desalojados.
Uma cidade - Aquila - ficou sem o seu património histórico, de vários séculos.

E se fôssemos nós? Haveria resposta adequada das entidades competentes nessas situações?


Na área atlântica adjacente, o Algarve está associadoao fim da zona de fractura Açores-Gibraltar.Por outro lado, a sudoeste do território português existe uma fonte de sismos muito importante, no Banco de Gorringe, situado a 200 km a sudoeste do Cabo de S. Vicente.

Esta estrutura submarina está relacionada com a fronteira entre as placas Africana e Euroasiática, onde provavelmente tiveram origem grandes sismos históricos, seguidos de "tsunamis", que se repercutiram catastroficamente no território.

São exemplo os sismos de 309, 1356, e de 1761 e mais recentemente, a 28 de Fevereiro de 1969. Esta é uma região de grande actividade e onde se ocorrem sismos permanentemente.

A actividade tectónica concentra-se, sobretudo, na região do Algarve e zona marítima adjacente, bem como Lisboa e Vale do Tejo.

Em geral não são os terramotos que matam, mas sim os edifícios e outras estruturas construídas. No entanto, a engenharia sísmica já desenvolveu técnicas avançadas de construção sismo-resistente.

Contudo, a implementação destas técnicas torna a construção mais cara e por isso os promotores imobiliários tendem a subestimar a importância da resistência anti-sísmica, e embora haja legislação sobre a matéria, os especialistas reconhecem não existir uma fiscalização eficaz, para avaliar o seu cumprimento.Por outro lado infra-estruturas críticas como escolas e hospitais poderiam ser sujeitas a obras de reforço estrutural (retrofitting) nas regiões mais sensíveis, como é o caso do Algarve, o que também não se verifica.
(Texto de Conceição Branco, retirado de http://www.observatoriodoalgarve.com/ )



Nestes últimos dias voltou-se ao debate sobre o incumprimento das normas de segurança nos edifícios. As conclusões são invariavelmente as mesmas. Não estamos protegidos. É caro estarmos protegidos. Não temos uma rotina obrigatória de simulações, quer nos locais de trabalho, quer nas localidades. Nas escolas vai-se fazendo, mas não chega. Continuamos a não investir na prevenção.

Resta-nos esperar que a casa nunca nos caia em cima.
fotos da net

1 comentário:

JP disse...

Não é só a preparação da população que está em causa.O mais grave é o que se passa na nossa cidade ao nivel da construção civil.Há poucos anos denunciei nesta cidade que muitas construções nesta cidade, estavam a ser erigidas sem estarem devidamente licenciadas e muitas delas sem os respectivos projectos de estabilidade.Denunciei inclusive aos tribunais,ainda hoje isso acontece.Infelizmente o que aconteceu? falaste demais! vou-te perseguir.E assim aconteceu. Os tribunais consideraram como simples irregularidades o que denunciei e á camara nada aconteceu.Mas um dia quando acontecer a desgraça será tarde para me darem razão,mas mais que isso será tarde para salvar as vidas que se perderão.Todos os que sabem e se calaram como os responsáveis autárquicos e os procuradores nunca serão responsabilidades,pois nesta cidade e país nunca há responsáveis de nada.É o que temos.Bem aja por ter trazido este tema á baila.